Pergunta de um leitor:
Embora meus pais sejam boas pessoas, eles nāo aceitaram a Cristo e são céticos em relação à religião organizada Sinto que seu tempo na terra está se acabando, e sei que se eu não lhes disser a verdade, ninguém o fará. Você pode sugerir qual seria a melhor forma de abordar meus pais não cristãos a respeito de Cristo de uma maneira amorosa, mas convincente?
Resposta de Randy Alcorn:
Nós críamos que meu pai estava perto da morte quando ele se converteu a Cristo, porém ele viveu mais quatro anos depois disso. Contei a história de sua conversão, e o que compartilhei com ele de Romanos, em um capítulo do meu livro "In Light of Eternity" [À luz da Eternidade]. Fiquei tentado a nāo falar muito de Romanos 3 e sua forte afirmação acerca do pecado, mas não me detive, e fiquei muito feliz de te-lo feito. O Espírito Santo falou a meu pai naquele dia.
Eu recomendaria que você se sentasse com seus pais e dissesse a eles que os ama, que é grato por tudo o que eles fizeram por você, e que quer ter certeza de que eles passarão a eternidade com você.
Pergunte se eles acham que vão para o céu e, em caso afirmativo, com base em que? Isto atingirá o cerne da questão principal — que Jesus é o único caminho para o Céu, e nada do que eles fizeram pode torná-los merecedores dele. Caso contrário, seu destino predefinido é o inferno, o que todos nós merecemos, não o Céu, que não merecemos.
Eu também lhes diria que você não se impressiona muito com a religião organizada, e que a salvaçāo se trata de Jesus, não de religião.
Embora possa parecer estranho, você ficará satisfeito por ter feito isso, não importa como eles respondam.
Vou incluir aqui a história de como meu pai veio a Cristo:
Eu fui criado em um lar não cristão. Um ano depois de me tornar cristão aos quinze anos, minha mãe se converteu ao Senhor. Meu pai, ao contrário, era a pessoa mais resistente ao evangelho que já conheci. Ele me disse para nunca mais falar com ele sobre aquelas "coisas religiosas" de novo. Eu ainda lhe dava livros cristãos e dava a ele meus próprios livros, que sempre contêm o evangelho, sabendo que meus livros eram os únicos livros cristãos que ele lia. ("Deadline" [Prazo Final] e "Dominion" [Domínio] (ambos livros escritos por Alcorn), contêm coisas que eu queria que meu pai lesse).
Aos 84 anos, meu pai foi diagnosticado com câncer terminal. O médico lhe deu seis meses de vida. Um dia recebi uma ligação dele, de sua casa. Ele parecia muito angustiado e disse: "Eu liguei para dizer adeus. Estou com dor por conta do câncer, e sei que o fim está chegando. Estou com uma arma na cabeça. Desculpa te deixar esta bagunça." Eu conhecia meu pai bem o suficiente para saber que ele nunca blefou em sua vida. Eu implorei para ele largar a arma e aguentar firme até que eu chegasse lá.
Eu pulei no carro, fiz o percurso de trinta minutos em vinte. Eu bati na porta, sem resposta. Entrei e no chão vi um rifle e um revólver. Chamei pelo meu pai, virei no corredor para o quarto dele e prendi a respiração para o que estava prestes a ver. Na mesma hora ele saiu e esbarrou em mim. Com o coração acelerado, levei-o ao hospital e eles agendaram uma cirurgia para a manhã seguinte.
Eu cheguei cedo, uma hora antes da cirurgia. Eu orei para que, de alguma forma, em sua dor, sem saída fácil, Deus quebrantasse meu pai. Abri o livro de Romanos e li alguns versículos do capítulo três. "Todos pecaram e carecem da glória de Deus," Eu sabia que meu pai se ofendia com a ideia de ser chamado de pecador, então parte de mim queria pular esta parte e seguir rapidamente das más novas para as boas novas. Fiquei muito tentado a minimizar a verdade sobre a depravação humana. Mas forcei-me a continuar lendo versículo após versículo que falavam de nosso pecado.
Eu disse a mim mesmo, que se realmente amasse meu pai, eu tinha que contar-lhe toda a verdade; e se Deus fizesse o milagre da conversão, isto seria obra dele, minha parte era somente proclamar a verdade.
Finalmente chegamos a Romanos 6: "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor". Depois de meia hora lendo versículo a versículo, olhei para ele e perguntei: "Pai, você já confessou seus pecados e pediu a Jesus Cristo que o perdoasse?"(Claro, eu sabia a resposta.)
"Não ..." ele disse, então parou pelo que me pareceu ser um longo tempo. Durante esta pausa, agradeci ao Senhor por ter me dado aquela oportunidade e me ajudar a compartilhar a verdade, mesmo estando certo que meu pai não aceitaria a Cristo. Finalmente, ele terminou sua frase: "... mas acho que é hora de fazê-lo."
Dizer que fiquei chocado é o maior dos eufemismos. Aquilo pelo qual eu e muitos outros haviamos orado durante todos esses anos estava sendo respondido, e eu mal podia acreditar. Meu pai orou em voz alta, confessou seus pecados e depositou sua fé em Cristo naquela manhã, pouco antes de o levarem à cirurgia. A cirurgia foi bem sucedida.
Deus graciosamente, me deu mais cinco anos com meu pai (muito mais do que os "seis meses de vida" dito pelo médico). Minha esposa e filhas, meu irmão e eu estávamos com ele quando ele deixou este mundo. Mal posso esperar para ver ele, ver minha mãe e muitos dos meus amigos no céu.
Meu ponto é este: parte de mim queria, da pior maneira possível, encobrir ou minimizar a verdade sobre a depravação humana. No entanto, sem as más novas, não há boas novas — as boas novas sāo desnecessárias sem as más novas. Sem a verdade da santidade de Deus e a verdade do nosso pecado, a graça de Cristo a nosso favor se torna sem sentido ou irrelevante.
A pior coisa que eu poderia ter feito ao meu pai seria reter todo o poder da verdade de Deus. Sem conhecer aquela verdade, é possível repetir uma oração de um livreto evangelístico, mas é impossível vivenciar a graça de Deus. Pois a graça não é simplesmente bondade, é uma resposta específica ao pecado. Se não há conhecimento do pecado, não pode haver experiência da graça.
O outro erro que eu poderia ter cometido seria este — crer que por meu pai ter dado as costas para a verdade por tantos anos, seu Criador havia desistido dele. Poderia ter retido a graça de Deus de meu pai, raciocinando que quando eu a havia compartilhado antes, ele sempre se mostrara hostil, e não havia sentido em fazê-lo novamente. (Esta também foi uma outra tentação).
Reter a graça de Deus ou a verdade de Deus é igualmente errado e igualmente devastador. Que nós, como cristãos, nunca cometamos o erro de escolher entre a verdade e a graça. Que possamos oferecer ambas avidamente a um mundo que necessita desesperadamente conhecer Aquele que é cheio de graça e verdade.
Por Randy Alcorn Traduzido por Vittor Rocha
How Should I Approach My Unsaved Parents About Christ in a Loving But Convicting Manner?
Question from a reader:
While both of my parents are good people, neither of them has accepted Christ, and they are skeptical about organized religion. I feel they’re running out of time, and I know if I don't tell them the truth, no one will. Can you suggest how I could best approach my unsaved parents about Christ in a loving but convicting manner?
Answer from Randy Alcorn:
We thought my dad was close to death when he came to Christ, but he lived another four years. I tell the story of his conversion, and what I shared with him from Romans, in a chapter in my book In Light of Eternity. I was tempted to hold back on Romans 3 and its strong affirmation of sin, but I didn’t hold back, and I was so glad. The Holy Spirit spoke to my dad that day.
I would recommend you sit down with your parents and tell them you love them, you appreciate all they’ve done for you, and you want to be sure they spend eternity with you.
Ask them if they think they’ll go to Heaven, and if so, on what basis? This will cut to the core of the main issue—that Jesus is the only way to Heaven, and nothing they’ve done can earn them the way. On the contrary, their default destination is hell, which we all deserve, not Heaven, which we don’t deserve.
I would also tell them you’re not impressed with organized religion either, and it’s about Jesus, not religion.
While it may be awkward, you will always be glad you did this, no matter how they respond.
I’ll include here the story of my dad coming to Christ (from Truth and Grace in an Age of Lies):
I was raised in a nonchristian home. A year after I became a Christian at age fifteen, my mom came to the Lord. But my father was the most resistant person to the gospel I've ever known. He had told me never to talk to him about that "religious stuff" again. I'd still give him Christian books and give him my own books, which always have the gospel in them, knowing my books were the only Christian books he'd read. (Deadline and Dominion both contain things I wanted my Dad to hear.)
At age 84, Dad was diagnosed as having terminal cancer. The doctor estimated he had six months to live. One day I got a call from him, from his home in Vancouver, Washington. He sounded very distressed and he said, "I've called to say good-bye. I'm in pain from the cancer-I know the end's coming. I've got a gun to my head. Sorry to leave you a mess." I knew my Dad well enough to know he had never bluffed in his life. I begged him to put down the gun and to hold on till I got there.
I jumped in the car, made the thirty-minute drive in twenty. I knocked on the door, no answer. I walked in, and on the floor I saw a rifle and a handgun. I called out for my father, turned the corner into his room and held my breath for what I was about to see. Right then he walked out and bumped into me. Heart pounding, I took him to the hospital, and they scheduled surgery for the next morning.
I came in early, an hour before surgery. I prayed that somehow, in his pain, with no easy way out, God would break through to my father. I opened to Romans and read some verses from chapter three. "All have sinned and fall short of the glory of God." I knew my father had been offended at the idea of being called a sinner, so part of me wanted to gloss over this and move quickly past the bad news to the good news. I was greatly tempted to underemphasize the truth of human depravity. But I forced myself to keep reading verse after verse talking about our sin.
I told myself, if I really loved my dad I had to tell him the whole truth, and if God was going to do the miracle of conversion, that was his job, and it was mine just to tell the truth.
Finally we made it to Romans 6, "The wages of sin is death, but the gift of God is eternal life through Jesus Christ our Lord." After half an hour of going from verse to verse, I looked at him and asked, "Dad, have you ever confessed your sins and asked Jesus Christ to forgive you?" (Of course, I knew the answer.)
"No...," he said, then paused for what seemed a long time. Even as he paused I thanked the Lord for giving me this opportunity, and helping me to share the truth, even though I was sure Dad wouldn't accept Christ. Finally he finished his sentence: "...but I think it's about time I did."
To say I was shocked is the ultimate understatement. What I and many others had prayed for all those years was being answered, and I couldn't believe it. My father prayed aloud, confessed his sins and placed his faith in Christ that morning, just before they wheeled him into surgery. The surgery was successful.
God graciously gave me five more years with my dad (so much for the doctor's "six months to live"). My wife and daughters and brother and I were with him when he left this world for the next. I can't wait to see him and my mom and many of my friends in heaven.
My point is this: part of me wanted in the world's worst way to skim over or minimize the truth of human depravity. Yet without the bad news, there is no good news—the good news is unnecessary without it. Without the truth of God's holiness and the truth of our sin, the grace of Christ on our behalf becomes meaningless or irrelevant.
The worst thing I could have done to my father was to hold back the full power of God's truth. Without knowing that truth, it is possible to repeat a prayer from a gospel booklet, but it is impossible to experience the grace of God. For grace is not simply kindness, it is a specific response to sin. If there is no knowledge of sin, there can be no experience of grace.
The other mistake I could have made was this—believing that Dad had turned his back on the truth for so many years that his Creator had given up on him. I could have withheld God's grace from my father, reasoning that when I'd shared it before he had always been hostile, and there was no point in doing it again. (That too had been a temptation.)
To withhold God's grace or God's truth is equally wrong and equally devastating. May we as Christians never make the mistake of choosing between truth and grace. May we eagerly offer them both to a world that so desperately needs to know the One who is full of grace and truth.